Com o início da implantação do Plano de Serialização do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) neste mês de outubro, conforme regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o mercado farmacêutico deve investir cerca de R$ 1 bilhão nos próximos anos, além de abrir novas frentes no mercado de trabalho. Pelo SNCM, todas as empresas brasileiras que integram a cadeia farmacêutica – indústrias, distribuidoras, logísticas e farmácias - têm até abril de 2022 para implantar os processos de serialização e rastreabilidade. A nova formatação trará maior segurança e transparência para os consumidores.
No Brasil, o número de indústrias farmacêuticas prontas para atender a nova legislação é muito pequeno. Segundo cálculos de Brian Sanz, CEO e cofundador da empresa TrackTraceRX especialista em sistema de serialização, no país existem mais de 400 fábricas que precisarão se adequar à Instrução Normativa da Anvisa até o próximo ano. “Sem contar a quantidade enorme de distribuidores, empresas de logística e de farmácias, que também precisam se adaptar à Norma", explica.
O executivo calcula que essa mudança desencadeará investimentos bilionários no Brasil. “A adequação de fábricas, distribuidoras, empresas de logística e da rede de farmácias deve desencadear investimentos acima de R$ 1 bilhão nos próximos anos para implantação dos sistemas de serialização e rastreabilidade”.
Além dos sistemas, a normatização também exigirá contratação, capacitação e treinamento dos profissionais para lidar com a nova tecnologia e terminologia inexistentes atualmente no Brasil. Nesse cenário, serão abertas oportunidades em novas frentes de trabalho para diferentes profissionais.
Brian Sanz reconhece que o mercado nacional vive uma realidade bastante diferente dos Estados Unidos, país em que a TrackTraceRX atua há anos atendendo ao setor farmacêutico e onde a serialização e a rastreabilidade já são uma realidade. “A quantidade de empresas na cadeia farmacêutica no Brasil e o atraso nos investimentos vão desencadear uma grande corrida contra o tempo e é possível que a procura seja muito maior que a demanda, provocando atrasos na entrega de sistemas”, alerta.
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